Meus olhos tem o próprio silêncio que te desvela, embora tenham se fechado.
Te abro pétala por pétala como abro a Primavera. Habilmente, misteriosamente.
O que vejo está além do mundo físico dos sentidos. Habito o mundo na fronteira do conhecido e do desconhecido.
Sou a escuridão e te conduzo pela voz, pois é necessário.
Deixe-me que te guie descendo as escadas cada vez mais sombrias.
É preciso contemplar o profundo vazio onde borbulha nossas sombras.
Deixar-se conduzir.
Morrer para renascer.
Pois nada o que haveremos de perceber nesse mundo iguala o poder da sua imensidão.
Confia, se te conduzo até o abismo, te trago de volta à luz.
por Renata Stein

Fotos: Fernanda Verdi
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